Colheita

 

A caminhada é longa, segue à frente...

Mantém no coração acesa a chama,

Do Ideal que te nutre e te conclama

A semear o Bem constantemente...

 

Escuta, em torno, o vozerio que clama...

Esse mendigo o pão... Outro se sente

Abandonado... Aquele está doente,

Em um catre de dores que desama...

 

Supera o desalento e continua...

A semente esquecida sobre a estrada

Faz crescer um jardim na terra nua...

 

Do suor que, na Vida, derramares,

Quando vier o termo da jornada,

Haverás de colher o que plantares!...

 

Eurícledes Formiga

 (Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, no dia 20 de Maio de 1986, em Uberaba – MG).

 

 

 Preocupa-te

 

Preocupa-te contigo,

Com o que falas e fazes...

Com o que pensas e sentes,

Com o que és por dentro...

Com as tuas intenções

Mais íntimas, secretas...

Não com teu nome e face,

Com os quais te disfarças...

Preocupa-te com a essência

Em que te desconheces...

Mas que a Deus certamente

Não podes enganar.

Irmão José/Baccelli

C. E. "Bitencourt Sampaio"

Uberaba, 22-6-24

 

Na Oratória Espírita-Cristã

 

Quem utiliza a tribuna

Para falar do Evangelho,

Carece tomar cuidado

Com as tricas do homem-velho...

 

Nunca falar como quem

Fala com severidade,

Apontando o dedo em riste

À pretexto da verdade...

 

Evite comparações

Que possam ferir alguém,

Trazendo ao seu comentário

Assuntos que não convém...

 

Busque sempre ater-se ao tema,

Pondo bondade na voz,

Pluralizando as lições

Que são para todos nós...

 

Não fazer da oratória,

Na palavra e na ação,

Uma peça de comédia

E tampouco dramalhão...

 

Falar de fé e esperança,

Dando destaque a Jesus,

Porque só Ele é o Mestre

Que ao Alto nos conduz...

 

Não se esqueça da lição

Que o Centro Espírita é escola,

E, entre quem fala e quem ouve,

Ninguém é dono da bola!...

 

Formiga/Baccelli

C. E. “Bittencourt Sampaio”

Uberaba – MG, 15-6-24

 

Nosso Centenário (*)

 

Pelo nosso centenário?!...

Homenagem imerecida,

Que nunca passe de ser

Um pobre inseto na vida...

 

Crendo ser uma cigarra,

Levei o tempo cantando,

No sonho de ser poeta,

Pelo Brasil, versejando...

 

Quem me dera fosse abelha,

Voando de deu em deu,

Sugando o pólen das flores

Para o milagre do mel...

 

Ou, então, um vagalume,

Com diminuta lanterna,

Iluminando o caminho

De quem busca a Vida Eterna....

 

Entretanto, a minha sina,

Que, ainda agora me intriga,

É que passados 1oo anos

Só continua formiga...

 

Mas se Deus quiser, um dia,

Eu hei de ser um condor,

Desdobrando as minhas asas

Ao Sol do Infinito Amor.

 

Formiga/Baccelli

C. E. “Bittencourt Sampaio”

Uberaba – MG, 8-6-24

(*) 19-6-1924-2024